A Crônica da Não Despedida… Um adeus de longe!

Por Olívio Lemos 

No meio desta pandemia, dias tristes, sirenes de ambulâncias fazendo barulho nas ruas de diversas cidades e um movimento intenso nos hospitais, uma sexta-feira, feriado municipal, duas notícias ruins de serem dadas por um jornalista.

Faleceu Joaquinzão da Santa Rita!

Faleceu Dona Zélia, esposa do Valdemar!

Infelizmente, a missão tem que ser cumprida e as notícias são publicadas no Correspondente.

E algo fica na memória e martelando com uma pergunta: “Haverá despedida?”

A resposta vem em seguida como uma flecha: “Não!”

Sem flores, sem aquele abraço de consolo acompanhado de palavras misturadas com lágrimas e, principalmente, sem a presença de muitos amigos e familiares para dizerem: “Vão com Deus!”

A covid tirou de nós duas pessoas super queridas e que jamais serão esquecidas.

Foi-sr Joaquinzão, o meu amigo, o seu amigo, o nosso amigo.

Quem não se lembra de seu jeito desconcertado para andar, mas que despertava a atenção dos outros pela sua maneira alegre com aquele sorriso largo e transmitindo uma mensagem bonita?

Lembro do Joaquinzão na beira dos campos de futebol, nas festas religiosas, na folias de reis e, pela última vez, no rápido velório de Joaquim da Perpétua. Lá estava ele, sem o sorriso de sempre, chorando a partida do outro Joaquim, seu grande amigo.

Joaquinzão de tantos amigos, como disse seu cunhado Valdemar Marques em um vídeo postado nas redes sociais, que, infelizmente, não puderam comparecer na sua partida e dizer adeus.

Depois da triste notícia da morte de Joanquizão, veio outro abalo: a dona Zélia faleceu.

Dona de um sorriso espontâneo, de uma grande humildade, de muita sabedoria, a mulher religiosa Dona Zélia foi ao encontro do filho Walder.

E também, seus amigos e familiares não puderam dizer adeus.

Queria eu também, estar próximo ao caixão, olhar aquele rosto com marcas do tempo, mas que guarda os traços de uma bonita mulher, para dizer: “Vai com Deus, Dona Zélia!”

Infelizmente, não foi possível.

Mas vai ficar na minha memória para sempre o sorriso da Dona Zélia, seu carinho para comigo, seus exemplos de bondade e de humildade.

É triste saber que meu amigo Valdemar, ficou sem sua querida Zélia, a quem classificou para mim como uma mulher de grande coração e de grande sabedoria.

É ruim saber que os filhos, netos e demais familiares choram pelo falecimento da dedicada mãe, da carinhosa avó e daquela que orgulhou todos nós como cidadã, esposa e amiga.

Uma coisa eu pensei quando recebi a triste notícia e que me trouxe uma ponta de alegria no meu pensamento: “Meu amigo Walder vai ter a companhia de sua querida mamãe em um lugar diferente e sem essa tal de Covid. É o menino sendo cuidado pela mamãe.”

Nestas últimas linhas, a emoção toma conta do coração e não consigo evitar as lágrimas nos olhos. Por isso, coloco fim nestas escritas, dizendo que a sexta-feira, 19/03, foi triste, a noite também e a ficha ainda não caiu.

Parafraseando uma das músicas do saudoso cantor Tim Maia, eu digo quantas saudades estou sentindo, e de tristeza vou viver, nem um adeus presencial eu pude dar.

Joaquinzão e Dona Zélia, vocês marcaram a minha e as vidas de muitas pessoas.

Vianópolis volta a chorar por duas pessoas maravilhosas, como chorou por outros vianopolinos arrancados de nós por essa terrível doença.

Só peço que rezem por eles, que se cuidem e cuidem das pessoas que amam.

 

 

 

21 comentários em “A Crônica da Não Despedida… Um adeus de longe!”

  1. Nossa Olivio não tem como não chorar lendo essas palavras tão verdadeiras vindas do seu coração ,Com certeza Vianopolis hoje chora com a perda de pessoas tão queridas e o mais triste ,não poder despedir de ninguém !!Mas Deus é misericordioso e há de olhar por todos nós que aqui estamos com a esperança de dias melhores,pois creio que nem um sofrimento é eterno!

    1. Concordo! Ontem mesmo fiscalização e a polícia deu batida em uma casa com uma festinha. A casa onde funcionava o bazar perto da caixa!! Segundo minha tia que mora lá perto ninguém conseguiu dormir a noite!!

  2. Bom dia! Um bom dia triste,mas quem crê tem a esperança do reencontro! Passo por essa dor e posso dizer que Deus fez o melhor pra dona Zélia,pois viver com essa dor de perder um filho é como se arrancasse um pedaço do nosso coração! Mas acredito que essas mortes não foram em vão,mas que elas possa servir para que nos cuidemos mais! Principalmente os nossos jovens,que eles não traga essa doença pra casa ,pra que tenhamos que chorar por mais um na nossa cidade!Por isso ame e cuidem da sua família,pois a vida é um sopro e não sabemos quando quem amamos vai embora 🙏🙏

  3. Bom dia! Muito linda mensagem Olívio e com certeza o nosso consolo é em saber que foram para o paraíso! Ficam com a gente a saudade e as boas lembranças…

  4. Todos ficamos tristes com a partida daqueles que convivem conosco, porém temos a certeza de que a vida prossegue. Ninguém morre. Continua. Logo logo estaremos juntos.

  5. Romualdo J. Oliveira Neto

    Olívio, sua mensagem tocou-me profundamente e me fez refletir mais sobre essa coisa terrível que assola o mundo!! DEUS proteja a TERRA!!

  6. Eu nao pude conter minhas lagrimas com esse texto,pois todos nos estamos em um estado de sentimentos muito abalado por tudo que vem acontecendo,mas mesmo assim vejo pessoas brincando e rindo da situação atual,os mais jovens insistem em beber , postar farras nas redes sociais, mas como sempre dizemos, enquanto o caixao lacrado nao for com sua família,nao ira doer neles😭😭😭

  7. Belas palavras Olivio, que Deus conforte a todos os familiares,e as pessoas que pensam que estão imune a essa doença que arranca pessoas queridas dos convívios familiares, possam parar e pensar que uma hora pode estar nos lares deles e eles passarem pela mesma dor, porque muitas pessoas que zombaram dessa doença morreram ou viram pessoas morrendo.

  8. Acho que não ta facil pra ninguém,neste momento tão triste com esse vírus maldito.
    Deus olhe por nós e para o mundo inteiro😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭

  9. É triste saber q só atraves de nós está a salvação, pois se fizermos o q tem de ser feito, vamos evitar mais tristezas nas famílias, infelizmente a hipocrisia, inrresponsabilidade, ganância, ignorância, vai tornar tudo mais difícil, parece q ninguém pensa na vida da propria família, levando esse terrível mal pra dentro de casa, em fim, sem consciência de todos isso não vai acabar.

  10. Texto maravilhoso!
    Nos remete a pensar e repensar a tristeza do momento que estamos vivendo!
    Vão em paz Dona Zélia, tão querida, assim como o Sr Joaquim!

    Abraço de conforto aos familiares!

  11. Esse momento de velório é necessário! A dor por não se despedir fica na alma. No ano passado quando perdi meu paizinho p essa covid não acreditei em não se despedir! Hoje vejo outras pessoas passando por isso e sei que é a mesma dor! É muito difícil!

  12. Enquanto isso, os que cuidam e ficam presos por responsabilidade de ajudar a conter o vírus é colaborar …. irresponsáveis seguem desafiando a fraca fiscalização e contribuindo para que esse maldito vírus leva pessoas do bem …. Deus nos cuide .

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